Restauração dos vestidos das bonequinhas de porcelana.

Um pouco da história das bonecas de porcelana.
A porcelana teve origem na China durante a dinastia Tang. (618-907 ) os europeus tentaram fazer a porcelana chinesa mas, foram incapazes de analisar sua composição química., somente em 1707 eles os europeus, conseguiram fazer a sua porcelana.
A primeira fábrica de bonecas surgiu na Alemanha séc. XV criação de bonecas para fins comerciais.
A Alemanha, Inglaterra e França foram as maiores fabricantes de bonecas., onde a habilidade de artesãos eram muito requisitadas.
As bonecas foram criadas também para os adultos, recriando figuras da corte ou sociedade, vestidos à maneira da época.
No Brasil, a fábrica Renner foi fundada na déc. de  1950 em Porto Alegre/RS. eles trouxeram a técnica da Alemanha., bonecas com vestidos rendados, o tecido tule de algodão era mergulhado na barbotina (massa liquída da porcelana) moldava os vestidos, os babados, golas e mangas e levava aos fornos aprox. 800/1000 graus,  onde o tecido desaparecia, só ficando o aspecto da renda.
A fábrica brasileira Rebis foi fundada em 1956., também em Porto Alegre RS. Ambas foram fechadas. Como conservadora restauradora desenvolvi uma técnica de restauro dos tais rendados., também usando como suporte o tule, passando a dedos na tinta látex branco, esperando secagem à cada demão., no total de 10/12 demãos. Conseguindo a espessura aproximada do original das bonecas, faz o colorido do tule na última demão de látex, de acordo com a cor do rendado das bonecas. Corta do tamanho da camada do rendado e cola com cola adesiva instântanea. Faz se o acabamento dos rendados usando, cola branca, um pouco de gesso, látex com pigmento da cor da roupa original, passado com píncel.  Espera a secagem e passa o verniz spray por toda parte restaurada. Mais informação, passo à passo acesse o youtube: Cida Simões Restauração.

Bonequinhas de Porcelana / Cida Simões Restauração

Fotos da restauração após o restauro da tela O Trovador Valenciano.

TELA O TROVADOR VALENCIANO - RESTAURO DE UMA OBRA

O Trovador Valenciano, do pintor espanhol M. Soler. Tela s/data.
Tela muito antiga e em mal estado de conservação. Suporte linho, medindo 61,5cmx38cm, chassi artesanal com rebaixo e cavilhas madeira de Lei Pinho de Riga, entorno geral com furos e marcas de fragilidade por pregos oxidados. , rasgo de 6cm irregular e vários micros furos em toda obra, sujidade

RESTAURO:
Limpeza química e física, retirada de sujidade e dejetos de insetos.
Pela fragilidade da obra ela foi retirada do chassi para reforço/reentelamento., com linho de trama semelhante ao original e Beva Gel à calor.
No rasgo e furos nivelados com gesso di Bolonha e cola de coelho e impermeabilizante.
Reintegração pictórica com pigmentos e Paraloid B72 .
Verniz Maimeri mate em toda obra.

CONSERVAÇÃO E RESTAURO

Remonta à antiguidade preservar o patrimônio cultural de um povo.
Foram os Romanos os primeiros a ter a ideia de "preservar"., tb. o Cristianismo teve papel importantíssimo na forma de preservar e manter os espaços sagrados e religiosos.
Mais tarde com o Renascimento cria-se uma nova forma de preservação do patrimônio, através da sua apreciação, contemplação, e valorização do bem., surge também a questão de como restaurar esse patrimônio. Sempre existiu e existirá quem defende a tese de que as obras devem ser admiradas tal como se encontram e mante-las.  E por outro lado os que sustentam a teoria de que os bens devem ser completados quando apresentarem avarias e faltas, tentando dar-lhes as formas tidas como inicialmente.
Em Abril de 1972 surgiu A Carta do Restauro - Ministério de Instrução Pública do Governo da Itália.
Onde há instruções de Conservação e Restauração dos bens Culturais, móvel e imóvel.
Conceito e Princípios de Conservação:
Toda e qualquer intervenção de conservação e restauro deverá obedecer os princípios básicos, do respeito pelo original, mínima intervenção, usar produtos que poderão ser retirados sem danos à obra e compatíveis com o original,  respeitando o princípio da reversibilidade (materiais e técnicas)., o reconhecimento da intervenção tendo como princípio a leitura estética no seu conjunto e seu reconhecimento visual enquanto intervenção na obra.
Respeitando esses princípios com certeza faremos um trabalho como conservador e restaurador responsáveis.
Nesta tela do famoso pintor e escultor paulista Júlio Guerra - Santo Amaro (1912-2001); que chegou em minhas mãos bastante danificada, e que foi recuperada com todas os processos legítimos ao restauro. Segue fotos do estado de conservação de antes da intervenção e após., ficando um prazer muito grande de poder devolver a obra restaurada, para deleite das pessoas que admiram a arte!.

IMAGEM DE NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

Imagem de Nossa Senhora das Graças, em gesso, bastante danificada faltando as mãos, que depois do restauro será novamente entronizada em seu Sagrado nicho. AVE  CHEIA  DE  GRAÇA...

TELA AVARIADA ACIDENTALMENTE.

"DETALHE" da tela do renomado pintor Durval Pereira, que foi rasgada acidentalmente.
Foi colada no verso com primal um pedaço de linho encolada e desfiado para sustentação.,
No anverso unido com cola de coelho os fios do suporte rasgado, e nivelando com gesso
di Bolonha e cola de coelho, repintura, aguarela e tinta para  restauro maimeri.